domingo, 23 de junho de 2013

A mídia e sua influência na sociedade

         Era uma sexta-feira de junho de 2013, mais precisamente no dia 21 desse mês. Dia da
 Mídia, o dia em que sua inegável força de comunicação é notada e refletida. Podemos refletir sobre o que é cotado como relevante e irrelevante, o que é tendencioso ou não, assim como separarmos os aspectos influenciáveis das informações contidas entre seus diversos meios. Ora, a riqueza da informação pode ser advinda tanto de uma rede social quanto de um impresso, mas é fácil se perder entre revistas, jornais, TVs, rádios, etc. que dão suas versões particulares sobre os acontecimentos noticiados, às vezes uma dando mais, outra dando menos, e aquela cujos seus interesses internos entram em conflito com a notícia e optam por omitir uma verdade “cruel” que a prejudicaria. Recentemente, Ronaldo, conhecido com Ronaldo “Fenômeno” ou “Ronaldinho”, deu uma entrevista em que disse: “Copa se faz com estádios, não com hospital”, que resultou em acaloradas discussões em redes sociais. Um comentário inflamado numa atmosfera combustiva de manifestações, que têm entre suas pautas de protesto os altos gastos com a Copa do Mundo de 2014 no país. Mas um ponto importante – e natural – nisso foi a omissão da Rede Globo sobre o comentário, que se fosse feito por outra pessoa cujos interesses não são conflituosos com o da emissora, divulgariam. Assim como nas ondas de protestos de uníssono brado que aconteciam por todo o país, tinham aqueles indivíduos com “espírito de porco” que vandalizavam, o foco dos jornais da emissora foram exatamente esses atos de vandalismo. Seria intenção da emissora “estancar o sangue” para que o “sangramento” parasse?

         Um recente acontecimento na cidade de Jataí - GO, se tornou polêmico quando manifestantes – seguindo a onda de protestos no país – fizeram um manifesto pelas ruas da cidade, cuja rota foi da Prefeitura ao centro da cidade, na Av. Goiás. E daquele ponto em diante, seguiram em marcha – infelizmente - até a casa do prefeito Humberto Machado. Ao fim do manifesto, soou aos quatro cantos da cidade (respeitando a rosa-dos-ventos), que a casa do prefeito havia sofrido “atos de vandalismo”. Um site de notícia local reportou o seguinte:

 “No final da manifestação uma minoria que não representava a vontade da maioria dos protestantes, extrapolou o seu direito cívico e foi para a porta da casa do prefeito de Jataí  no intuito de atacar a honra do homem público Humberto Machado, atirando na casa do prefeito algumas pedras.”

         É válido ressaltar que não foram poucos manifestantes, há fotos e testemunhas que os viram passando na Av. Rio Verde seguindo até a casa do prefeito. O direito cívico não é excludente e não deve beneficiar uma categoria de pessoa mais que a outra, deve ser igualitário. Protesto é um direito cívico, vandalismo não. Infelizmente, não houve retratação por parte do autor da notícia no que diz respeito à intenção por parte desses manifestantes de atacar “a honra” de Humberto Machado e por “apedrejar” (tacar algumas pedras, o uso é sempre no plural) em sua residência (mesmo que o próprio site só exiba foto duma única – e grande – pedra). Depois de toda mídia local ter inflamado essa notícia – inicialmente postada no site Plantão de Polícia JTI -, o autor de ter tacado a pedra foi encontrado (e certamente hoje está preso num presídio de segurança máxima e separado de outros presos por receio de retaliação) e não fazia parte da manifestação.

           A todo momento, você é influenciado pela mídia à comprar aquele lindo par de tênis, aquela cerveja importada, aquele produto para emagrecimento, aquela revista masculina. A mídia é de fundamental importância no mundo, ela pode nos informar e ditar nosso comportamento social e pessoal. Uma nação não pode ser escrava de um veículo de mídia. Uma nação não se deixar influenciar e demonstrar – com isso – falta de sobriedade intelectual. Precisamos estar aptos a analisar, dar o benefício da dúvida e não apresentarmo-nos como marionetes de um estado fortemente capitalista, persuasivo e influenciador das vontades/desejos da massa. Parabéns ao poder midiático.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Lembranças e Devaneios

Ele estava perdido ao olhar aquela folha de papel enquanto se sentava em frente à escrivaninha. As coisas que ele vivenciou ainda estavam frescas em sua cabeça, mas mesmo com o lápis na mão, faltava-lhe concentração para colocar tudo em ordem naquela carta. Mesmo com a tênue luz da escrivaninha, ainda conseguia ver um pouco do seu pálido reflexo no espelho do banheiro ao olhar pro lado. Tantas coisas aconteceram. Tantos anos se passaram. Não se continha com seu reflexo e balançava a cabeça em claro sinal de negação e arrependimento pelas atitudes que não foram tomadas e pelas palavras que jamais saíram de sua boca quando ele achou que fosse necessário. Quantas vezes ele desejou que fosse um sonho, daqueles ruins, que a gente quer esquecer assim que acorda assustado e com o coração querendo sair do peito. Mas tanto tempo se passara. E apesar de todos esses anos e a distância, o que restava em sua cabeça eram as memórias dos momentos mais importantes que foram vividos, mesmo que aquele rosto angelical já não esteja mais definido em sua mente e era tão branco quanto aquele papel que olhava, os sentimentos fortes que ainda sentia tornavam a pessoa por inteira tão linda quanto uma aurora boreal. Ele percebia seu próprio sorriso naquele momento, como se essas lembranças agitassem seu interior, dando-lhe energia e fôlego de espírito. Precisava pôr tudo no papel. Precisava aproveitar essa oportunidade – depois de anos sem saber onde aquela pessoa adorável estava, o que fazia da vida, que rumos tomara. Era uma noite fria de sábado e sob aquela gélida e suave brisa que entrava pela janela, começava a escrever suas primeiras palavras.