domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sonho Inoportuno

Viajar por essas letras é como mergulhar no vácuo do espaço,
É como cair num profundo sono e sonhar que estou num labirinto
E acreditar em vão que vou me livrar dos meus pecados mais infames.
Esta prisão sem grades, esse sonho que mais parece um pesadelo.

Não posso acreditar em verdades ou mentiras estando desse jeito,
Não posso pensar que vou mudar algo no tempo, não tenho poder algum.
Não há nada para fazer. Não há nada para me fazer acordar.
Estou perdido neste labirinto, nesse vácuo escuro.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ah, horizonte...

Olhar distante no horizonte durante uma tarde que se põe no escuro misterioso da noite, é tão feliz e triste ao mesmo tempo. Momento que me trás lembranças de um passado cheio de percalços, conquistas e derrotas. É o fim do meu viver, vivi e sobrevivi o necessário para pegar como experiência as coisas que a vida soube me dar em demasia. Sei o quanto apreciei aqueles momentos com os amigos na escola, o quanto chorei quando fazia algo errado e era castigado por isso, o quanto sorri no silêncio imaginando o sorriso daquela garota especial, nossos momentos e beijos. Sei que tudo que se foi não some assim, após uma morte, têm que ficar no ar, no tempo, nesse universo complexo onde a gente só sabe se algo acaba ou não, após o “fim” chegar. Então este não é um adeus, apenas uma mensagem de Até Logo, carregada de contentamento e paixão luxuriante por nesses 92 anos ter vivido uma vida invejável o quanto foi possível ser vivida. Assim, neste fim, sei o quanto aquele crepúsculo no horizonte é tão carregado de significado. Aquela imagem. Aquele ar ecoando pelas folhas das árvores, os pássaros, esta brisa no meu rosto... É tudo tão sonoro, pacífico e cheio de contentamento, tudo é uma obra de música clássica. Tudo instrumentado. Orquestrado. Apaixonante.